Conscientização

Em processo de estudo agora acerca dos pensadores em educação, estou em leitura de uma ótima bibliografia: "O caminho da aprendizagem em Jean Piaget e Paulo Freire".
Aborda toda a temática do caminho da aprendizagem, segundo os estudos desses dois pensadores, desde a criança recém nascida até o adulto.

Ainda estou em leitura, mas no segundo capítulo "A representação como condição da tomada de consciência das ações", ao falar do processo de conscientização, dos níveis de consciência e  de defasagens, 2 tipos de conscientizações me chamaram muito a atenção, por infelizmente, o primeiro ser bem mais forte e arraigado na sociedade brasileira (o que é extremamente prejudicial) do que o segundo (que resultaria em cidadãos mais saudáveis e numa sociedade mais eficiente e justa).

Paulo Freire era um estudioso/pensador consciente e continua muito atual, principalmente no que se refere a nossa realidade cultural e educacional.



Qual o seu tipo de consciência?


Consciência semi-intransitiva


"...tende a interpretar os problemas ou os desafios de forma simplista, pois não possuí instrumental cognitivo para distanciar-se suficientemente da realidade, para objetivá-la e criticá-la...considera que o passado foi melhor, facilmente desenvolve formas de fanatismo, atraí-se por formas massificadoras de comnportamento...quando discute, não procura a verdade; procura, antes, impor aos outros sua onisciência por meio de palavreado vazio, de argumentos frágeis, vazios de criticidade...a verdadeira verdade não é sua, mas a que vem de fora, do dominador; verdade mais elaborada, fora do seu alcance porque estruturada por outra cultura; perante essa verdade a consciência ingênua se cala, se submete, se sente impotente, surge daí a "cultura do silêncio"".



Consciência transitivo-crítica

"...busca da verdadeira causalidade dos fenômenos sociais, pela profundidade na interpretação dos problemas que vive...faz cultura e tem consciência histórica dessa sua ação; para além do mero ato reflexo, assimila criticamente a realidade; na multiplicidade de relações que o determinam, tem consciência da sua singularidade; cria e recria o real na consciência das dimensões espacial, temporal e causal deste e decide sobre as suas ações. Numa palavra, é sujeito, não mais objeto".



Livro "Conscientização", Paulo Freire

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