2022: Quais as perspectivas para o Brasil?

 Antes de pensar em 2022, é preciso observar qual o cenário econômico brasileiro até 2021. Desde meados de 2015, o Brasil vem em uma crescente crise econômica, e portanto, nossa atual crise não é decorrente da pandemia (da Covid-19), mas se demonstra como algo estrutural.

A austeridade fiscal adotada no final do Governo Dilma e aprofundada no Governo Temer, foi o início de um quadro de fragilidades: precarização do trabalho, desemprego recorde, crescimento da pobreza e falta de investimento social – tudo pela defesa do controle da economia, principalmente da inflação.

Se faz necessário, portanto, uma série de políticas para poder lidar com os desajustes – principalmente decorrentes do Governo Bolsonaro. É preciso que, de maneira urgente, se promova o crescimento econômico, investindo em medidas sociais, realizando uma reforma tributária, e deixando de onerar aos mais pobres e recolhendo mais tributos dos mais ricos. Será preciso crescer a “taxas chinesas”, e para tanto, é preciso investir mais, gastar mais – porém de maneira estratégica e responsável.

E nesse sentido, destacando os problemas em decorrência de uma política econômica ortodoxa, a maior  problemática foram as reformas neoliberais adotadas até então: privatizações, transnacionalizações, desregulamentações – medidas que tornam a nossa economia cada vez menos dinâmica e mais dependente da economia mundial.

Ou seja, o que veremos na nossa economia em 2022, “para o bem ou para o mal”, será mais consequência de medidas do atual Governo do que do cenário internacional. E estamos caminhando, infelizmente, para um processo de desaceleração, indo na corrente contrária às principais economias do mundo.

E esse processo de desaceleração, que vem a quase 10 anos, em boa medida se deve a deteriorização do mercado de trabalho, pelo aumento no desemprego e na informalidade das relações trabalhistas, nos colocando no pior patamar econômico e social desde 2016.

A pandemia, claro, acentuou os problemas que já existiam, mas agora com a retomada das atividades (possibilitada pela campanha de vacinação), expõe-se os problemas que temos de enfrentar para a retomada do crescimento - é preciso focar em geração de empregos e em aumento no salário médio, para diminuir o endividamento das famílias e melhorar o nível de consumo, possibilitando o aquecimento da economia. Mas para tanto, é preciso reindustrializar nossa economia, ainda tão dependente da exportação de commodities, para trazer dinamismo e maiores investimentos para o país.

Mas o que devem fazer os economistas?

Defender a efetivação de políticas expansionistas para o crescimento e geração de emprego, através de melhora na remuneração, revisão dos programas de renda mínima, desconcentração da renda, elevação dos investimentos e com incremento da nossa base científica, tecnológica e cultural, com fomento à educação e ao conhecimento.

A maior parte dos economistas são enfáticos em dizer que 2022 se projeta para um baixo crescimento, altos juros, alta inflação e aumento da problemática social, principalmente no que tange à fome e ao desemprego.

Mas então, qual seria a possível solução?

 Mudanças a partir das próximas eleições - assumindo um Governo que preze pela retomada do crescimento, através de investimentos na área social, na indústria, em infraestrutura e nas reformas estruturais. Só assim poderemos voltar a sonhar com melhores tempos!


Ari Gomes 


 

 

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