As sierras do mundo...

Há 40 anos atrás (datado de 09/out de 1971) morria (pelas mãos da estadunidense CIA) um grande líder da esperança de um mundo igualitário e contudo, humanista. Morria mais do que Ernesto Guevara de La Sierna,morria Che Guevara, e com ele, a meu ver, a última nascente da luta contra os grilhões do capitalismo.

Depois dele, quem mais veio a lutar, doando a sua vida, por uma causa justa?

Muitos dizem que se ele ainda vivesse, que teria entrado no processo ditatorial de Fidel Castro e que Cuba amargaria como já o ocorre.Eu discordo veementemente!
Já em sua luta ao lado de Fidel, Che discutia e discordava em vários pontos de Fidel. Fidel já seguia uma linha teoricamente idealista e com princípios de prática de poder, ele não era comunista, como muitos pensam (e nesse caso, cito poder num sentido absolutista de governança); enquanto Che se mantinha na linha de manter na prática seu discurso social/comunista, e lutar, no sentido prático da palavra,pelo povo cubano e dos países vizinhos, incluindo sua terra natal, Argentina (já que para muitos que o criticam, acham que o mesmo nasceu cubano).se estivesse vivo hoje, Che até não poderia ter evitado a ditadura de Fidel, mas não estaria ao seu lado no poder (até mesmo porque ele chegou a ser seu Ministro da Industria e comércio e Presidente do Banco Nacional de Cuba, mas recusou o cargo, justamente por discordâncias em seu Governo, por meio de uma carta ao povo de Cuba, e foi em "peregrinação" a outros países, até ser morto na Bolívia).

Sou contra armas, e consequentemente a guerrilhas. Mas analisando a época em que Che lutava, ideológica e armamentistamente, não havia outra maneira de se derrubar a ditadura de Batista em 1959 e se propor uma nova forma de Governo, ir contra algo imposto militarmente somente pelo poder de persuasão da palavra, seria utopia pura!

Daí volto em minha questão inicial, hoje em dia, quem luta por ideais, mesmo que sejam os próprios? Quem luta contra as injustiças do sistema em que vivemos? Quem luta contra a ignorância imposta?

Os que tentam são repudiados como neo-anarquistas que não dão valor ao trabalho "suado", que é a "sina" (dita pelos conformistas como "destino")do trabalhador "prudente".

Eu não quero isso para a minha vida! E Che Guevara continua sendo sim, um modelo de quem coloca em prática o que crê, modelo de um visionário (muito mais, em minha opinião, do que dizem ser o recém falecido Steve Jobs).

E podem me dizer que o recebimento dele foi morrer, com 11 tiros pelo corpo, por seus ideais.
Mas lhes digo, que o maior recebimento foi nosso, porque Che foi alguém que pensou e agiu, e com isso, elucidou milhares de pessoas a refletirem, a procurar se questionar a fazer o mesmo (acredito que foi, e deva ser além de estampas em camisetas, mundo afora)!

Sem ele (e sem Marx e outros) eu não estaria agora discutindo minha condição de passividade diante dos meus ideais e muito menos das relações de trabalho atuais que somente nos automatiza e emburrece, ao invés de (em seu princípio no original socialismo) nos propiciar boas condições de vida e enobrecimento social/intelectual.

É isso que quero para minha vida, é o meu ideal, não sou hipócrita em dizer que o capital não é importante, afinal, sou economista. Mas mais importante, é colocar no que creio em prática!

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